sábado, 15 de março de 2014

[AFR] Reencontro - Parte 2

Boa noite, pessoinhas!
Há tanto tempo eu não postava aqui... Como ninguém lia nada que eu postava, eu simplesmente parei de postar em todos os meus blogs. Mas agora eu acho que tem algumas pessoas que podem se interessar pelo que escrevo, então... Well, decidi recomeçar! :D
Já fiz um post hoje no AP, e agora vou ressuscitar o Baú de Histórias com a segunda parte de Reencontro, o segundo capítulo de A Flor Renascida, meu segundo livro em andamento. Aliás, falando nisso, o "[AFR]" no título é uma sigla para o nome do livro. Acho que vou usar essas tags (?) nos títulos, pra não ficarem muito longos.
Enfim, vamos lá. Leia o prólogo e a primeira parte do capítulo 1 se ainda não tiver lido, viu! ^^




                O evento estava marcado para começar às 20h. Às 20h10min, Hana e Yuuko tinham chegado ao salão da festa. Hana vestia um delicado vestido roxo florido com um cinto cor-de-rosa na cintura e sapatilhas marrons, enquanto Yuuko usava uma calça jeans cinza-azulada, uma jaqueta preta, uma camiseta longa roxa e sapatos de salto pretos. Yuuko estava bem animada, porém Hana se sentia insegura. Aquele lugar, aquelas pessoas, tudo ali lhe trazia à mente as lembranças que ela mais queria esquecer. Flor caída, flor caída, o apelido não parava de ecoar em sua mente. Tudo o que ela mais queria era sair correndo dali e se esconder de modo que ninguém daquela turma nunca mais a visse, mas não queria desapontar Yuuko, então decidiu que ficaria ali, que se manteria em pé firme e forte, até porque já tinha aguentado coisa muito pior na vida. Essa insegurança não é um terço do que eram as humilhações na escola, pensou ela. Você consegue, Hana. Você consegue.
                Com essas palavras em mente, Hana conseguiu se acalmar um pouco. E se acalmou completamente quando percebeu que Yuuko estava certa: as pessoas ali realmente a trataram muito bem. No começo Hana estranhou aquele tratamento – os presentes agiam como se nada nunca tivesse acontecido –, mas com o tempo foi percebendo que provavelmente agiam assim para não trazer à tona lembranças desagradáveis que acabariam com o clima de amizade e confraternização do encontro. Então ela foi se acalmando, e mentalmente agradecia a Yuuko por tê-la convencido a ir à festa. De fato era algo agradável, Yuuko estava certa até em dizer que aquilo faria bem a Hana, pois era bom ver que as pessoas realmente tinham mudado e, apesar de tudo, aquele comportamento amigável dos presentes a fazia esquecer um pouco dos seus traumas escolares.
                Tudo ia perfeitamente bem, Hana se sentia absolutamente confortável entre todos os presentes, conversava bem com todos e era tão bem tratada quanto tratava os outros; até que ouviu uma voz masculina, não grave nem aguda, que apesar de vários anos de desenvolvimento, ainda era perfeitamente reconhecível.
                – Sakurai Hana?
                Hana estremeceu. As lembranças, todas elas, voltaram à sua mente como se tudo tivesse acontecido um segundo antes. A dor voltou, junto ao medo, e essas duas emoções eram acompanhadas por uma onda de pânico que era absolutamente comum dez anos antes.
                Ryuji.                                                                  
                Tentando disfarçar o nervosismo, ela virou-se. A certeza atingiu seu peito como uma flecha cuja ponta continha um veneno que trazia à mente os piores pesadelos e lembranças daquele que por ela fosse atingido. Mesmo cabelo, mesmos olhos, mesmos modos, voz inconfundível; era Ryuji. Hana tentou controlar suas emoções o mais rápido possível, e respondeu, numa impecável atuação:
                – Sou eu, por quê?
                – Não se lembra de mim? – Perguntou ele, amigável e animado. – Kimura Ryuji!
                Hana ficou pasma. Não acreditava naquilo. Não acreditava que ele realmente estivesse a tratando daquele jeito, agindo como se nada nunca tivesse acontecido, como se ele nunca tivesse feito nada. Como se fossem amigos de infância. Você realmente não vale nada, pensou. Se você acha que eu vou te tratar como se você fosse meu amigo, está bem enganado.
                – Ah, sim... E como lembro. – Respondeu, friamente. – Como vai a vida?
                – Ah, nada de mais... Estudando e trabalhando, sabe como é. – Disse ele, amigavelmente. Hana ainda não conseguia acreditar na atitude de Ryuji. Se você tivesse um pingo de vergonha na cara, nunca teria nem olhado para mim, maldito.
                – Sei.
                – Mas e você? – Perguntou Ryuji. – Como vão as coisas?
                – Estudando e trabalhando, também. – Normalmente Hana teria terminado a frase nisso. Mas não podia perder a oportunidade de, sutilmente, dar a Ryuji um sermão, então continuou: – Passo algumas horas da semana dentro de um consultório de psicologia, mas fora isso, nada de mais.
                – Ah, sim... – Ryuji parecia um pouco embaraçado. Ao menos isso ele entendeu, pensou Hana. Mas então ele continuou a falar, deixando Hana ainda mais surpresa: – Você mudou bastante... Até que está bonita.
                Hana teve que se segurar para não dar um tapa na cara de Ryuji. Nunca sentira tanta raiva na vida. Depois de tudo o que me fez você ainda se acha no direito de me paquerar?! Maldito... Eu devia acabar com você agora! Seu... Seu...!
                O que ela não sabia é que seu rosto estava vermelho, e que ela sentia muito mais vergonha do que raiva. Ryuji riu, deixando Hana ainda mais irritada.
                – Por que está rindo? – Perguntou ela, mal controlando a raiva na voz. – Há algo de errado comigo?
                – Você está vermelha. – Disse Yuuko, rindo suavemente.
                Hana não acreditou no que ouvia. Absolutamente embaraçada, e olhando boquiaberta para a amiga, falou:
                – Eu... Eu o quê?!
                – Agora está mais ainda. – Interveio Ryuji, rindo novamente. – Continua tímida.
                – Isso não é problema seu! – Gritou Hana, irritada.
                – Nem é um problema, Sakurai-san. – Replicou Ryuji, já não rindo mais. Sério, continuou: – Mas temos umas coisas a acertar. Podemos ir lá fora por um instante?
                – Não temos nada a acertar, Kimura-san. – Disse Hana, tão séria quanto Ryuji. – Você nem devia ter vindo falar comigo, aliás.
                – É exatamente disso que eu quero falar.
                Hana mal conseguia acreditar nas palavras que Ryuji dissera. Então você quer... Trazer tudo isso de volta...?
                Depois de alguns momentos pensando se deveria ou não fazer aquilo, Hana olhou para Yuuko e disse o seguinte:
                – Já volto. Não roube o marido de ninguém.


E assim termina a segunda parte. Não sei quando posto a terceira, vai depender do meu ânimo, da minha memória e da reação do pessoal quando ler. xD
Mas de qualquer maneira, vou continuar postando. Como o documento fica todo bugado no pc da Carol-chan (eu devia fazer um post no WTML sobre isso, aliás...), eu vou postar os capítulos do livro aqui mesmo. Também é bom pra eu mostrar pra mais pessoas de um modo mais fácil, aliás. x3

Well, é isso. Até mais! ^^